O presidente Andrés Manuel López Obrador expressou esperança na terça-feira (8 de agosto) de que os Estados Unidos e o México entrarão em uma nova etapa de cooperação bilateral de imigração após a reunião do Diálogo Econômico de Alto Nível nesta semana em Washington.
“Espero que haja uma resposta e que uma nova etapa comece”, disse o chefe de estado mexicano conhecido popularmente como AMLO, acrescentando que os avanços conquistados naquela área historicamente têm sido no sentido de limitar e conter o fluxo migratório.
AMLO confirmou na segunda-feira que seu governo entregará uma carta sobre imigração dirigida ao presidente dos EUA, Joe Biden, durante a reunião do HLED.
Essa missiva exortará o governo Biden a abordar as causas profundas da migração e a oferecer vistos de trabalho temporários aos centro-americanos.
Na terça-feira, AMLO disse da carta que aborda o tema da imigração e contém uma proposta para tornar os fluxos migratórios mais ordenados.
Colocar em prática um plano para garantir obras na América Central” e assim enfrentar as causas desse fenômeno, disse López Obrador.
Aludindo aos milhões de vagas abertas que os empresários americanos estão lutando para preencher, ele acrescentou que os EUA precisam de trabalhadores e devem oferecer vistos temporários.
“Você não pode usar medidas coercitivas para resolver um problema que requer uma abordagem completa e abrangente”, disse o presidente mexicano.
Ele lembrou que houve avanços na área comercial com o governo do ex-presidente Donald Trump, uma referência ao rompimento do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que entrou em vigor no ano passado como sucessor do difamado Acordo de Livre Comércio da América do Norte de 1994.
Mas ele disse que nenhum avanço semelhante foi feito na imigração, uma questão que ficou "pendente".
“Você não pode abrir a fronteira e permitir que todos cruzem livremente” porque isso seria uma violação da lei atual, acrescentou AMLO.
Ele também enfatizou a necessidade de oferecer melhor proteção aos migrantes que empreendem a perigosa jornada pelo México a cada ano a caminho dos Estados Unidos, uma jornada na qual são frequentemente perseguidos por criminosos e autoridades mexicanas corruptas.
“Não queremos infortúnios”, disse o presidente, acrescentando que há menos crime organizado no sul do país.
O secretário mexicano de Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, acrescentou na coletiva de imprensa de terça-feira que as autoridades também discutirão a infraestrutura de fronteira durante a reunião de quinta-feira para resolver o desequilíbrio existente entre os dois países.
Com relação às causas da migração, Ebrard disse que o México espera uma resposta positiva do lado dos Estados Unidos. Ele acrescentou que os investimentos precisam começar logo “porque muito tempo já passou
A região vive atualmente sua maior onda migratória em anos.
Em julho, as autoridades dos EUA detiveram 212.672 migrantes sem documentos na fronteira sul, o maior total em um mês em 20 anos.