Cidade do México, 19 de agosto (EFE) .- Quase dois em cada três dos novos mexicanos deportados pelos Estados Unidos em 2020 até o momento migraram devido a "oportunidades econômicas", revelou quinta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Depois de uma pesquisa com mais de 1.000 migrantes deportados para o México sob o título 42 (dos quais 13% eram de origem mexicana), a IOM constatou que 64% dos mexicanos o fizeram principalmente por oportunidades econômicas, 19% por segurança e 17% para reunificação familiar .
Ao considerar apenas os homens, 59% dos migrantes mexicanos argumentaram razões econômicas para tentar cruzar para os Estados Unidos, 13% reunificação familiar e 8% preocupações com a segurança, de acordo com a agência.
Em contraste, 11% das mulheres mencionaram a segurança como o principal motivo para deixar o país, 5% disseram que o fizeram por causa das oportunidades econômicas e 4% por causa do reagrupamento familiar.
“Também houve diferenças significativas na dinâmica de travessia entre a população mexicana e estrangeira: enquanto a maioria dos mexicanos disse ter feito várias tentativas de passagem para os Estados Unidos, os estrangeiros em sua maioria afirmaram que foram capturados em sua única tentativa de fazê-lo ", relatou o estudo.
A investigação é publicada quando a região passa por uma onda recorde de imigração, com mais de 212 mil imigrantes ilegais detidos em julho na fronteira com os Estados Unidos, um número "sem precedentes", segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS).
Embora o foco tenha sido a América Central, 26% dos migrantes apreendidos na fronteira em julho eram mexicanos, o dobro da proporção de dois anos atrás, de acordo com o Pew Research Center.
A maioria das deportações, cerca de 845.000, ocorre sob o Título 42 que o presidente Donald Trump (2017-2021) implementou para expulsar imigrantes imediatamente devido à pandemia, uma regra que o presidente Joe Biden manteve, embora sem aplicá-la a menores.
Além disso, na semana passada, os Estados Unidos admitiram que começaram a deportar pessoas sem documentos detidas na fronteira entre os dois países em voos para o interior do México, como forma de evitar sua reentrada.
Com este estudo, o IOM busca "fornecer informações importantes que podem contribuir para a detecção das necessidades das populações vulneráveis em situações de mobilidade", disse Dana Graber Ladek, Chefe da Missão da organização no México.
Quando questionada sobre as preocupações de segurança dos migrantes mexicanos, a OIM constatou que as duas menções mais comuns foram crime, com 33%, e presença de pessoas armadas, com 30%.
Aqueles que deixaram o México por motivos de segurança vieram de 11 estados: Michoacán (37%), Guerrero (22%), Chiapas (7%), Oaxaca (7%) e Cidade do México, Estado do México, Guanajuato, Hidalgo, Puebla, Veracruz e Zacatecas, com 4% cada.
Das mais de 1.000 pessoas pesquisadas pela IOM, os migrantes de Honduras representaram 50%, da Guatemala 27%, do México 13%, de El Salvador 8% e o restante de outros países.
“Nas entrevistas realizadas entre maio e junho deste ano, estrangeiros e mexicanos indicaram que a principal necessidade que apresentam é a assistência jurídica aos processos nos Estados Unidos”, disse a OIM.
(c) Agência EFE